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O consumo nosso de cada dia
Em 2011 muitos adquiriram seu mais novo brinquedinho: um iPad. Era o desejo de muitos, para outros uma necessidade, para poucos imprescindível. Confesso que 'ainda' não tenho um, não por falta de vontade, talvez esteja esperando um redução do preço ou um presente "inesperado", de alguém rápido o suficiente, capaz de me dar antes que eu queira o novo gadget da moda.
Essa é nossa rotina muitas vezes: adquirir coisas. Algumas úteis para a manutenção de nossa vida, outras nem tanto, mas que atendem nossos desejos. Não quero explorar o assunto do consumo sob a ótica dos seus efeitos psicológicos e/ou sociais, mas de maneira mais direta, dos seus efeitos ambientais. Em regra, pode-se associar todos os principais impactos ambientais do mundo ao consumo.
Talvez você a tenha a achado forte última declaração pois está acostumado a ver o assunto ambiental sendo tratado a partir de acidentes ou grandes poluidores, com os quais quase ninguém se identifica, mas consumidor somos todos. Agora pense, por que as empresas produzem se não para vender? Se o poluir esta atrelado à produção por que não à venda? e ao consumo? Por outro lado, podemos deixar de consumir? e de poluir? Essas perguntas tem incomodado os cientistas ambientais a pelo menos meio século. Se sabe, entretanto, que o consumo consciente, apesar de muito impopular, é uma das principais ferramentas de controle dos impactos ambientais.
Ainda que movimentos ambientalistas como o de libertação das lagostas, ou de organizações que promovem verdadeiros espetáculos midiáticos, tenham algum êxito para a sensibilização quanto à questões ambientais, elas não lidam com os problemas "sérios". O objetivo principal é fazer algo que possa ser divulgado, ser visto, ser comentado e dai então mudar atitudes. Para eles o que deve mudar primeiro é o ser humano, as demais coisas serão consequências. Será que como cristãos devemos ser sensibilizados por esses ambientalistas?
O Homem e a Terra
Se cremos que na volta de nosso Senhor a Terra será restaurada, por que deveríamos cuidar da desta Terra para que ela não se acabe? Não queremos que ela se acabe logo, já que quanto antes ela acabar, tanto antes Cristo virá restaurá-la? Como seres humanos insistimos em usar a lógica humana para desvendar os propósitos de Deus. A Bíblia nunca disse que a destruição da Terra seria feita por homens, mas que Deus a destruirá e a renovará. Será que como Abrão estamos querendo dar uma ajudinha a Deus?
Deus porém não se recusou em dizer qual a atitude esperada do homem em relação à Terra. Não é apenas coincidência que o nome do primeiro homem e o nome para terra (solo) sejam praticamente o mesmo em hebraico: ~da (adam) e hmda (adamah). A terra teve um papel especial no relato hebraico da criação, ela foi a matéria prima usada por Deus para formar cada detalhe do mundo natural. Por exemplo, disse Deus “produza a terra relva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas...”, “Disse também Deus: produza a terra serres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos...”. O próprio homem foi criado do pó da terra, sua vida e as fontes essenciais para sua manutenção emergiram da terra.
Esta conexão é revelada de forma mais contundente em outro trecho do relato da criação. O sustento do primeiro homem deveria ser retirado do cultivo da terra. “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar...”.# Adão deveria retirar seu sustento da terra e devia encontrar realização em uma vida de trabalho recompensador, em obediência à ordem de Deus. O trabalho deveria engrandecer o homem e o homem engrandecer a terra com seu trabalho.
Esta relação deveria ir além, a terra devia servir não só como fonte de alimento, mas deveria acolher e proteger o homem servindo como morada. “Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada...”. Isto significa que não há lugar para o acaso, nosso habitat terrestre não é fruto de um acidente, não é algo sem valor, pelo contrário foi preparado de modo pessoal, para suprir as necessidades e servir para a alegria humana.
O esforço de Deus em preparar um local de vivência harmônica e prazerosa contava com a participação humana para mantê-lo. A continuação do verso 15 de Gênesis 2 mostra que o homem foi colocado “...no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.” O verbo guardar no verso aparece ao lado de cultivar, em igualdade de condições. O próprio verbo cultivar traz consigo a idéia de cuidado, preparação, dedicação e zelo típicos do trato com a terra desempenhado pelos trabalhadores que cultivam a terra. Segundo o Dr. Baldwin, esta pode ser considerada a primeira Lei de Proteção Ambiental criada e promulgada pelo próprio Deus.
O homem é parte da criação, feito dos mesmos elementos, pelo mesmo Criador, na mesma seqüência de acontecimentos. O texto bíblico da criação de forma sucinta estabelece o vínculo eterno que liga a vida humana com a terra e seu Criador. A fundação do homem está sobre a terra, sua forma foi moldada como a de um vaso de barro, sua comida provêem da terra, da terra veio e para a terra se vai.
Declarações oficiais
A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem pelo menos quatro declarações oficiais sobre o meio ambiente: Cuidado pela Criação - Uma declaração sobre o meio ambiente (1992); Mudanças Climáticas (1995); Uma Declaração sobre o Meio Ambiente (1995); e Declaração sobre Mordomia do Meio Ambiente (1996);
Destaco os seguintes aspectos declarados:
Acreditamos que a humanidade foi formada a imagem de Deus;
Acreditamos que o mundo é um presente do Criador;
Acreditamos que Deus separou o sétimo dia, o sábado, como memorial perpétuo de seu ato criativo;
Aceitamos o desafio de trabalhar pela restauração do projeto original de Deus;
Confirmamos nossa mordomia sobre a criação de Deus e acreditamos que a restauração total será completa somente quando Deus fizer novas todas as coisas;
Clamamos pelo respeito à criação, limitação do uso dos recursos naturais e a reavaliação de nossas necessidades como indivíduos.
O ponto principal destas declarações é que somos mordomos de uma Terra que nos foi presenteada. Somos mordomos porque cremos que fomos comissionados para tal pelo próprio Criador. Nossos motivos são baseados em Sua relação conosco e não movidos pelo medo de uma destruição iminente. Deus é o centro de nossa adoração. Esta lembrança perpétua estabelece um elo entre Criador e criatura que O honra e restaura em nós o compromisso de zelar pela sua obra.
Cuidado com a criação
Como se pode ver no último aspecto destacado o desrespeito pela natureza, o uso indiscriminado dos recursos e nossas ambições são o cerne do problema ambiental, isto é um problema de relação entre criatura e Criador.
Muitos poderiam tentar se justificar dizendo que não compreendemos a natureza tão bem ao ponto de conhecermos todas as suas leis, e portanto desrespeitá-la é um processo penoso que passamos até o domínio do conhecimento necessário para a aplicação de técnicas de preservação. Embora isso seja verdade, não é uma justificativa plausível. Não deixa de ser interessante, e apesar de desconectado, que em termos penais essa desculpa "não cola". Nossa legislação diz ser inescusável o desconhecimento da lei.# É verdade que em relação à natureza e suas relações com o ser humano não há um código extensivo de leis a se consultar. Porém, creio que nosso Deus não nos deixou sem ótimas especificações de como termos uma vida saudável e zelosa pelo meio ambiente.
Destaco uma passagem do Êxodo onde Moisés dá instruções ao povo de como cuidar da terra. "Plantem e colham em sua terra durante seis anos, mas no sétimo deixem-na descansar sem cultivá-la." Embora esse não seja o objetivo principal desta norma, é de admirar que milhares de anos antes de efetivamente entendermos os princípios ambientais que estavam por traz desta regra, ela tenha feito tão bem a todos que a seguiram. Somente nas últimas décadas é que a rotação de culturas e o descanso do solo foram sistematicamente introduzidos nos processos agrícolas. Até a terra precisava de um sábado para descansar e se fortalecer para mais uma jornada de labor.
Pegada Ecológica
Em 1992, um professor da Universidade de Colúmbia Britânica, William Rees, propôs a expressão Pegada ecológica que refere-se, em termos de divulgação ecológica, à quantidade de terra e água que seria necessária para sustentar as gerações atuais, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos gastos por uma determinada população.
A pegada ecológica é atualmente usada ao redor do globo como um indicador de sustentabilidade ambiental. Pode ser usado para medir e gerenciar o uso de recursos através da economia. É comumente usado para explorar a sustentabilidade do estilo de vida de indivíduos, produtos e serviços, organizações, setores industriais, vizinhanças, cidades, regiões e nações.
Essa ferramenta tão nova é capaz de mensurar outra regra de vida dada por Deus. Uma alimentação baseada em uma dieta vegetariana terá uma pegada ecológica inferior àquela baseada em carnes. Para este cálculo, a ferramenta leva em consideração a conversão de massa realizada entre produtores e consumidores de uma cadeia alimentar. Como para a produção de um quilo de carne de boi, por exemplo, são necessários muitos quilos de alimento vegetal, o espaço necessário para a produção de todo esse alimento se soma ao espaço ocupado pelo próprio boi, definindo uma grande pegada ecológica.
Somando-se todos os espaços necessários se pode verificar que um pedaço enorme de nosso planeta é reservado apenas para a manutenção dessa dieta. Se esse mesmo espaço fosse utilizado apenas para a produção de alimentação humana de origem vegetal, nunca se falaria, em nossos dias, de falta de terras agricultáveis.
Caso queira calcular sua pegada ecológica (já que ela pode ser individualizada) acesse o site: http://web.ist.utl.pt/~ist155390/ecoladora/. Aproveite para fazer alterações em seu estilo de vida e ver o impacto que isso causa.
Comentário por Jefferson Caponero
O Homem e a Terra
Se cremos que na volta de nosso Senhor a Terra será restaurada, por que deveríamos cuidar da desta Terra para que ela não se acabe? Não queremos que ela se acabe logo, já que quanto antes ela acabar, tanto antes Cristo virá restaurá-la? Como seres humanos insistimos em usar a lógica humana para desvendar os propósitos de Deus. A Bíblia nunca disse que a destruição da Terra seria feita por homens, mas que Deus a destruirá e a renovará. Será que como Abrão estamos querendo dar uma ajudinha a Deus?
Deus porém não se recusou em dizer qual a atitude esperada do homem em relação à Terra. Não é apenas coincidência que o nome do primeiro homem e o nome para terra (solo) sejam praticamente o mesmo em hebraico: ~da (adam) e hmda (adamah). A terra teve um papel especial no relato hebraico da criação, ela foi a matéria prima usada por Deus para formar cada detalhe do mundo natural. Por exemplo, disse Deus “produza a terra relva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas...”, “Disse também Deus: produza a terra serres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos...”. O próprio homem foi criado do pó da terra, sua vida e as fontes essenciais para sua manutenção emergiram da terra.
Esta conexão é revelada de forma mais contundente em outro trecho do relato da criação. O sustento do primeiro homem deveria ser retirado do cultivo da terra. “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar...”.# Adão deveria retirar seu sustento da terra e devia encontrar realização em uma vida de trabalho recompensador, em obediência à ordem de Deus. O trabalho deveria engrandecer o homem e o homem engrandecer a terra com seu trabalho.
Esta relação deveria ir além, a terra devia servir não só como fonte de alimento, mas deveria acolher e proteger o homem servindo como morada. “Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada...”. Isto significa que não há lugar para o acaso, nosso habitat terrestre não é fruto de um acidente, não é algo sem valor, pelo contrário foi preparado de modo pessoal, para suprir as necessidades e servir para a alegria humana.
O esforço de Deus em preparar um local de vivência harmônica e prazerosa contava com a participação humana para mantê-lo. A continuação do verso 15 de Gênesis 2 mostra que o homem foi colocado “...no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.” O verbo guardar no verso aparece ao lado de cultivar, em igualdade de condições. O próprio verbo cultivar traz consigo a idéia de cuidado, preparação, dedicação e zelo típicos do trato com a terra desempenhado pelos trabalhadores que cultivam a terra. Segundo o Dr. Baldwin, esta pode ser considerada a primeira Lei de Proteção Ambiental criada e promulgada pelo próprio Deus.
O homem é parte da criação, feito dos mesmos elementos, pelo mesmo Criador, na mesma seqüência de acontecimentos. O texto bíblico da criação de forma sucinta estabelece o vínculo eterno que liga a vida humana com a terra e seu Criador. A fundação do homem está sobre a terra, sua forma foi moldada como a de um vaso de barro, sua comida provêem da terra, da terra veio e para a terra se vai.
Declarações oficiais
A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem pelo menos quatro declarações oficiais sobre o meio ambiente: Cuidado pela Criação - Uma declaração sobre o meio ambiente (1992); Mudanças Climáticas (1995); Uma Declaração sobre o Meio Ambiente (1995); e Declaração sobre Mordomia do Meio Ambiente (1996);
Destaco os seguintes aspectos declarados:
Acreditamos que a humanidade foi formada a imagem de Deus;
Acreditamos que o mundo é um presente do Criador;
Acreditamos que Deus separou o sétimo dia, o sábado, como memorial perpétuo de seu ato criativo;
Aceitamos o desafio de trabalhar pela restauração do projeto original de Deus;
Confirmamos nossa mordomia sobre a criação de Deus e acreditamos que a restauração total será completa somente quando Deus fizer novas todas as coisas;
Clamamos pelo respeito à criação, limitação do uso dos recursos naturais e a reavaliação de nossas necessidades como indivíduos.
O ponto principal destas declarações é que somos mordomos de uma Terra que nos foi presenteada. Somos mordomos porque cremos que fomos comissionados para tal pelo próprio Criador. Nossos motivos são baseados em Sua relação conosco e não movidos pelo medo de uma destruição iminente. Deus é o centro de nossa adoração. Esta lembrança perpétua estabelece um elo entre Criador e criatura que O honra e restaura em nós o compromisso de zelar pela sua obra.
Cuidado com a criação
Como se pode ver no último aspecto destacado o desrespeito pela natureza, o uso indiscriminado dos recursos e nossas ambições são o cerne do problema ambiental, isto é um problema de relação entre criatura e Criador.
Muitos poderiam tentar se justificar dizendo que não compreendemos a natureza tão bem ao ponto de conhecermos todas as suas leis, e portanto desrespeitá-la é um processo penoso que passamos até o domínio do conhecimento necessário para a aplicação de técnicas de preservação. Embora isso seja verdade, não é uma justificativa plausível. Não deixa de ser interessante, e apesar de desconectado, que em termos penais essa desculpa "não cola". Nossa legislação diz ser inescusável o desconhecimento da lei.# É verdade que em relação à natureza e suas relações com o ser humano não há um código extensivo de leis a se consultar. Porém, creio que nosso Deus não nos deixou sem ótimas especificações de como termos uma vida saudável e zelosa pelo meio ambiente.
Destaco uma passagem do Êxodo onde Moisés dá instruções ao povo de como cuidar da terra. "Plantem e colham em sua terra durante seis anos, mas no sétimo deixem-na descansar sem cultivá-la." Embora esse não seja o objetivo principal desta norma, é de admirar que milhares de anos antes de efetivamente entendermos os princípios ambientais que estavam por traz desta regra, ela tenha feito tão bem a todos que a seguiram. Somente nas últimas décadas é que a rotação de culturas e o descanso do solo foram sistematicamente introduzidos nos processos agrícolas. Até a terra precisava de um sábado para descansar e se fortalecer para mais uma jornada de labor.
Pegada Ecológica
Em 1992, um professor da Universidade de Colúmbia Britânica, William Rees, propôs a expressão Pegada ecológica que refere-se, em termos de divulgação ecológica, à quantidade de terra e água que seria necessária para sustentar as gerações atuais, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos gastos por uma determinada população.
A pegada ecológica é atualmente usada ao redor do globo como um indicador de sustentabilidade ambiental. Pode ser usado para medir e gerenciar o uso de recursos através da economia. É comumente usado para explorar a sustentabilidade do estilo de vida de indivíduos, produtos e serviços, organizações, setores industriais, vizinhanças, cidades, regiões e nações.
Essa ferramenta tão nova é capaz de mensurar outra regra de vida dada por Deus. Uma alimentação baseada em uma dieta vegetariana terá uma pegada ecológica inferior àquela baseada em carnes. Para este cálculo, a ferramenta leva em consideração a conversão de massa realizada entre produtores e consumidores de uma cadeia alimentar. Como para a produção de um quilo de carne de boi, por exemplo, são necessários muitos quilos de alimento vegetal, o espaço necessário para a produção de todo esse alimento se soma ao espaço ocupado pelo próprio boi, definindo uma grande pegada ecológica.
Somando-se todos os espaços necessários se pode verificar que um pedaço enorme de nosso planeta é reservado apenas para a manutenção dessa dieta. Se esse mesmo espaço fosse utilizado apenas para a produção de alimentação humana de origem vegetal, nunca se falaria, em nossos dias, de falta de terras agricultáveis.
Caso queira calcular sua pegada ecológica (já que ela pode ser individualizada) acesse o site: http://web.ist.utl.pt/~ist155390/ecoladora/. Aproveite para fazer alterações em seu estilo de vida e ver o impacto que isso causa.
Comentário por Jefferson Caponero
Gostei do comentário!
ResponderExcluirJéf, que Deus continue te abençoando...
Márcio Rios