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DIETA RICA EM PÃO BRANCO AUMENTA O RISCO DE INFARTO

Departamento de Saúde e Temperança


Por Julliane Silveira
Folha Online, 17/4/2010


Dois grandes estudos divulgados nesta semana reacendem a discussão sobre os riscos, para o sistema cardiovascular, do alto consumo de carboidratos refinados, presentes em pães brancos e biscoitos.


O primeiro estudo investigou a relação entre infarto e dietas pobres em gorduras saturadas (já bem relacionadas a problemas cardíacos), mas ricas em carboidratos. Os pesquisadores, da Dinamarca, acompanharam 53.644 adultos durante 12 anos. A pesquisa concluiu que, para cada 5% de aumento de carboidratos na dieta, houve um risco 33% maior de infarto. Esse resultado foi publicado no “American Journal of Clinical Nutrition”.


“Carboidratos com alto índice glicêmico aumentam as chances de problemas cardiovasculares (alterações no colesterol) e disfunções nas paredes dos vasos”, disse à Folha Marianne Jakobsen, especialista em nutrição e líder da pesquisa. 
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Por causarem processos inflamatórios, dislipidemias o outro trabalho foi divulgado no “Archives of Internal Medicine” e ligou o risco de doenças nas artérias do coração ao consumo excessivo de carboidratos refinados, mas só no caso das mulheres. Para os homens, não foram encontradas alterações decorrentes desta dieta. O estudo concluiu também que, para o risco de doenças cardíacas, importa mais o fato de os carboidratos ingeridos serem de alto índice glicêmico do que a quantidade total de carboidratos consumidos. Os pesquisadores acompanharam mais de 47 mil voluntários, por sete anos na Itália.


Alimentos com alto índice glicêmico são assim chamados pela capacidade de aumentarem rapidamente os níveis de glicose no sangue. Com isso, o organismo libera altas doses de insulina, fazendo a glicose cair rapidamente e levando à sensação precoce de fome.


Para Daniel Magnoni, nutrólogo e cardiologista do Hospital do coração, o hábito de consumir excesso de carboidratos com alto índice glicêmico sobrecarrega e deteriora o pâncreas, órgão responsável pela produção de insulina, e pode levar à obesidade. “As causas das doenças coronárias são muitas, e esse pode
ser um dos fatores de risco”, diz Magnoni.


Para preservar o pâncreas, é melhor se alimentar de nutrientes mais complexos, que demoram para ser absorvidos. “Há 5.000 anos, você não comeria açúcar refinado. Esse tipo de dieta é que leva às doenças da sociedade moderna”.


O aumento da obesidade nos EUA é um exemplo do que acontece quando se trocam as gorduras saturadas, que contribuem para o aumento do colesterol “ruim”, por carboidratos, diz o cardiologista Raul Dias dos Santos, diretor da Cardiologia do Estado de São Paulo: “Houve redução significativa de colesterol na população nos últimos anos, mas aumento brutal da obesidade e outros problemas associados”.


Os médicos recomendam que a dieta diária seja composta por 60% de carboidratos, preferencialmente de baixo índice glicêmico, e por 7% de gorduras saturadas.


Por serem digeridos rapidamente, os produtos com alto índice glicêmico levam
a uma maior ingestão de calorias e consequente ganho de peso. A gordura acumulada pode liberar maior quantidade de ácidos graxos, que se alojam no
fígado. Esse cenário pode piorar os índices do colesterol “ruim” e aumentar as
taxas de açúcar no sangue (o organismo desenvolve resistência à insulina).


O tecido adiposo no abdômen também estimula processos inflamatórios nos vasos sanguíneos, favorecendo a formação de placas nas paredes. Pesquisas anteriores já associaram o maior consumo de carboidratos refinado são aumento nos índices de triglicerídeos no sangue – outro marcador de risco cardiovascular.


Mulheres com taxas elevadas de triglicerídeos têm duas vezes mais risco de sofrerem doença cardíaca do que o homem.

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