COMENTÁRIO
DA LIÇÃO 12 - VLADSON PAZ
E disse o Senhor em visão a
Paulo: Não temas, mas fala, e não te cales; Atos 18:9
A avaliação é sempre problemática
no contexto de seu modo e método epistemológico. Discussões “homéricas’ são
travadas em academias especializadas sobre o que é e como avaliar. É o
resultado ou o processo o mais importante? Ser avaliado incomoda. Avaliar,
muitas vezes, traz insegurança, pois o avaliador não consegue ter certeza sobre
a aplicabilidade e veracidade do resultado obtido. No testemunho e evangelismo
não é diferente. Avaliar o testemunho e o evangelismo é avaliar o método
utilizado - se está no contesto daquela comunidade, se está no período certo –
ou medir os resultados obtidos?
Em primeiro lugar é preciso
entender que eu não avalio a fé, eu avalio minha relação com ela. Desse modo o
mais importante é a dignificação do processo, e não do resultado. O processo do
trabalho, do esforço e principalmente do amor empregado na obra evangelística
cria em mim o senso de esperança e fé. A priori, quando exerço uma atividade
religiosa, eu alimento minha espiritualidade. Eu passo a buscar comunhão e
viver em comunidade. O meu amor pelo trabalho é dimensionado então pelo amor de
Cristo. Eu me integro, participo na luta para trazer novas pessoas à igreja e
readquiro ânimo para ajudar àqueles que estão enfraquecidos. Se alguém da/na
comunidade não está no cerne da produção algo errado está acontecendo. Aí minha
avaliação passa a ter significado (é aqui que eu avalio o evangelismo da
igreja). O que falta no processo? Por que alguns membros se mantém afastado da
produção evangelística? Como buscar o foco de novo? Avaliações pessoais devem
anteceder avaliações sociais, especificamente quando se fala em avaliar a
igreja. Avaliar o meu testemunho e evangelismo pessoal precisa estar no
primeiro ato da avaliação e testemunho da igreja. O meu ato de posicionamento,
ou reposicionamento constante no processo através de minha avaliação de mim
mesmo, imputa a necessidade de busca de crescimento espiritual, e aí a minha
atividade ganha significado, pois passo a ser instrumento nas mãos de Deus para
Sua obra. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e
ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e
até aos confins da terra. Atos 1:8
Por outro lado, se a avaliação do
testemunho e evangelismo for em busca do resultado, pode haver conseqüências
muito graves, como acomodação e legalismo. É muito comum - em instituições religiosas
- como método avaliativo a estatística quantitativa por uso de cálculos médios.
Entretanto, é necessária a compreensão de que os números e cálculos médios são
parte e não o todo da metodologia estatística atual – uma estatística um pouco
mais sensata do ponto de vista antropológico. Mas lembremos: o resultado não é
função do homem no processo evangelístico. É função do Espírito Santo. Quando dados
estatísticos apresentam positividade numérica nos resultados como o aumento do
número de freqüentadores aos cultos de domingo e/ou quarta, ou o aumento do
número de matriculados nas classes da escola sabatina, não significa
necessariamente crescimento ou melhora da qualidade espiritual. Os “surtos”, ou
os aumentos excessivos podem significar justamente o contrário. Todas as
variáveis precisam ser compreendidas e estudadas. O processo e aumento da
produtividade muitas vezes nem estão ligados a um incidente no resultado final.
Uma diminuição, por exemplo, do número de matriculados nas classes da escola sabatina
ou do número de batismos em determinado ano, pode muitas vezes significar
aumento espiritual, porque a freqüência pode ser qualitativa.
Dessa forma, buscar o resultado
do testemunho e evangelismo através da avaliação me faz esquecer que o
resultado da conversão é unicamente atribuição do Espírito Santo, e que a obra
completa é do próprio Deus e não minha. Eu participo é do processo, o que já é
mais do que gratificante. Se isso estiver na minha mente, eu entendo que eu não
avalio os resultados do meu ou do crescimento da “minha’ igreja. Eu avalio meu
amor a Deus e consequentemente meu amor ao próximo, que é o principio básico
para o testemunho e evangelismo. Meu testemunho então se confunde com a minha
vida. Não há mais diferenciação. Eu testemunho com a minha vida, e minha vida é
o testemunho do próprio amor de Deus. Disse o Senhor a
Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante
a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal? Jó1:8
VLADSON PAZ
IASD - Pituba
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